Esse conteúdo foi migrado integralmente da antiga Wiki do PJe, e suas informações podem estar desatualizadas.
Configurações iniciais
Este documento se destina a instruir as equipes de tecnologia da informação e de negócio dos tribunais que utilizam o sistema PJe sobre os procedimentos necessários para a configuração de uma instalação inicial do sistema.
O presente documento tem por base a versão 1.4.1 do sistema PJe – Processo Judicial Eletrônico.
Público-alvo
O presente documento deve ser utilizado pelas equipes de tecnologia da informação e de negócio do tribunal, especificamente por aqueles responsáveis por:
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instalar o sistema PJe nos servidores de aplicação
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manter a configuração do sistema, definindo os parâmetros internos de funcionamento
Estrutura do documento
O presente documento está segmentado em quatro partes:
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configurações básicas
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competência jurisdicional
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regras de distribuição
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fluxos de trabalho
Conhecimento prévio
Embora não seja essencial, o responsável pela execução dos passos descritos neste documento deve:
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conhecer o funcionamento básico de aplicações web
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conhecer os componentes mais comuns utilizados no PJe
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dispor de informações negociais sobre as regras de negócio principais do tribunal, em especial as de competência, organização judiciária e organização do trabalho
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ter acesso ao banco de dados em que está instalado o PJe e conhecer comandos básicos de SQL
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ter acesso à instalação do PJe alvo da configuração
Softwares a serem instalados
É necessário que os responsáveis pela configuração do sistema tenham disponível os seguintes softwares em seus equipamentos:
Guia rápido de verificação da configuração
Para que o PJe seja testado e homologado, algumas configurações e testes iniciais são necessários para seu perfeito funcionamento:
- definição do escopo da pretensa homologação (competência, órgãos julgadores etc.);
- instalação do PJe em ambiente local;
- configuração básica do PJe em relação a:
- estruturas de órgãos;
- localizações dos órgãos;
- definição dos papéis.
- definição dos documentos
- configuração de competência dentro do escopo;
- configuração dos órgãos segundo as competências;
- configuração dos fluxos para o escopo definido, reaproveitando os fluxos padronizados já definidos;
- cadastro dos usuários básicos para o ciclo de homologação: pelo menos 4 advogados, 4 procuradores, servidores para cada um dos órgãos e magistrados para cada um dos órgãos;
- distribuir os processos, tramitar por todos os fluxos e realizar as atividades principais de um processo judicial: protocolo inicial de processo, protocolo inicial de processo incidental, peticionamento incidental em processo em curso, preparar atos de comunicação nas diversas modalidades de envio, responder a atos de comunicação, preparar minuta de ato judicial, assinar minuta de ato judicial, reautuar o processo, redistribuir o processo, designar e realizar audiências, juntar documento internamente com lançamento de movimentação e, em instalações de colegiados, solicitar pauta, pautar, fechar pauta, julgar/adiar/pedir vista etc., lavrar acórdão.
Configurações básicas
Nesta seção listaremos instruções de configuração que refletem em alterações nos valores dos parâmetros do PJe.
Lembrete: A alteração de valores nos parâmetros só terá efeito na aplicação após a reinicialização do servidor de aplicações (JBoss).
Tipo de Justiça
No sistema PJe – Processo Judicial Eletrônico, é possível fazer tramitar processos de diferentes segmentos do Poder Judiciário, ou seja, é possível que a mesma aplicação seja utilizada para a Justiça dos Estados, para a Justiça do Trabalho e para a Justiça Federal.
A identificação do tipo de Justiça é importante para cada instalação porque disso depende a ativação de algumas características ou regras dentro do sistema. Exemplo de uma regra ativada segundo o tipo de justiça é a exigência, na autuação, de algumas informações suplementares feitas pela Justiça do Trabalho, tais como local da prestação do serviço pelo trabalhador e atividade econômica desempenhada pelo empregador. Isso também pode ter efeito sobre o que será exibido para as partes em diferentes telas do sistema.
Em razão disso, há um parâmetro do sistema destinado à identificação do segmento judiciário a que se destina a instalação.
Nome | Descrição | Valores possíveis |
---|---|---|
tipoJustica | Identificação do tipo de Justiça a que se aplica a presente instalação. É possível configurar o sistema para utilização na Justiça comum dos Estados (JC), na Justiça comum Federal (JF), na Justiça do Trabalho (JT) e na Justiça Militar dos Estados (JM). | JC, JF, JM, JT |
Para fazer a configuração do parâmetro, acesse, com perfil de administrador, Configuração → Sistema → Parâmetro, procure pelo parâmetro tipoJustica e edite seu valor para o desejado.
Diferentemente do que acontece com outros parâmetros, é necessário reinicializar a aplicação para que esse parâmetro tenha pleno efeito.
Instância
O sistema PJe – Processo Judicial Eletrônico, em sua versão 1.4.1, tem uma estrutura de implantação segmentada de acordo com a instância de funcionamento da instalação. Isso significa dizer que, para cada instância de instalação – primeiro grau e segundo grau – é necessário existir uma instalação do PJe com seus respectivos bancos de dados.
A definição da instância de funcionamento é feita pelo seguinte parâmetro:
Nome | Descrição | Valores possíveis |
---|---|---|
aplicacaoSistema | Identificação do grau de jurisdição (1ª ou 2ª instância) em que a aplicação funcionará. | 1 2 |
Para fazer a configuração do parâmetro, acesse, com perfil de administrador, Configuração → Sistema → Parâmetro, procure pelo parâmetro aplicacaoSistema e edite seu valor para o desejado.
Email
O PJe, em alguns casos, pode enviar mensagens eletrônicas para seus usuários ou administradores. Nesses casos, ele reporta o e-mail de origem como sendo aquele definido em um parâmetro específico do sistema. Atentem que esse e-mail não é, necessariamente, a conta de e-mail concretamente utilizada para o envio das mensagens, mas somente aquela reportada como sendo o endereço para onde eventual resposta será encaminhada.
A definição dessa característica é feita por pelo parâmetro emailSistema, conforme informações abaixo.
Nome | Descrição | Valores possíveis |
---|---|---|
emailSistema | Endereço de e-mail que será utilizado quando da preparação de mensagens eletrônicas pelo PJe | Qualquer endereço de e-mail válido. |
Para fazer a configuração do parâmetro, acesse, com perfil de administrador, Configuração → Sistema → Parâmetro, procure pelo parâmetro emailSistema e edite seu valor para o desejado.
A definição da conta de e-mail utilizada para o envio efetivo das mensagens deve ser feita no arquivo pje.war:/WEB-INF/components.xml, especificamente na tag <mail:mail-session …/>
desse arquivo. Para mais informações a respeito dessa definição, acesse este [link].
Identificação do órgão judiciário em relatórios
Ao emitir relatórios e certidões automatizadas, o PJe faz uso de um parâmetro identificador genérico do órgão judiciário, sem prejuízo de os modelos fazerem uso de informações mais específicas (comarca, vara etc.).
O parâmetro que define essa informação é:
Nome | Descrição | Valores possíveis |
---|---|---|
nomeSecaoJudiciaria | Texto identificador da subdivisão administrativa máxima referida pela instalação. Normalmente será o nome do Tribunal em que o sistema está instalado. | Texto descritor do órgão. Ex.: Tribunal de Justiça de Pernambuco. |
Para fazer a configuração do parâmetro, acesse, com perfil de administrador, Configuração → Sistema → Parâmetro, procure pelo parâmetro nomeSecaoJudiciaria e edite seu valor para o desejado.
Subtítulo do sistema
A tela principal do PJe apresenta, na parte superior, o nome do sistema, seguido de um subtexto que é ordinariamente utilizado para identificar o tribunal em que instalado.
O parâmetro que define essa informação é:
Nome | Descrição | Valores possíveis |
---|---|---|
subNomeSistema | Texto exibido como subtítulo no cabeçalho do sistema. | Texto descritor do órgão. Ex.: Tribunal de Justiça de Pernambuco. |
Para fazer a configuração do parâmetro, acesse, com perfil de administrador, Configuração → Sistema → Parâmetro, procure pelo parâmetro subNomeSistema e edite seu valor para o desejado.
Serviço de consulta à SRFB
O PJe, em operações ordinárias, faz uso de serviço de consulta à base de dados de contribuintes brasileiros disponibilizada, via convênio, pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Ordinariamente, o acesso é feito via sistema do CNJ, mas as instalações da Justiça Federal podem fazer uso de convênio próprio para concretizar a consulta. Em razão disso, é possível definir a sistemática de consulta à SRFB em parâmetro.
O parâmetro que define essa informação é:
Nome | Descrição | Valores possíveis |
---|---|---|
pNomeOrgaoWSReceita | Nome da sistemática de obtenção de informações da SRFB. Pode ser via Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ou via Justiça Federal (CJF). | CNJ CJF |
Para fazer a configuração do parâmetro, acesse, com perfil de administrador, Configuração → Sistema → Par âmetro, procure pelo parâmetro pNomeOrgaoWSReceita e edite seu valor para o desejado.
Serviço de consulta ao Cadastro Nacional de Advogados
O PJe, em operações ordinárias, faz uso de serviço de consulta à base de dados de advogados brasileiros disponibilizada, via convênio, pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Esse acesso é feito por meio de uma chave de acesso, obtida diretamente do CF-OAB, por cada tribunal.
O parâmetro que define essa informação é:
Nome | Descrição | Valores possíveis |
---|---|---|
chaveOAB | Chave de acesso ao serviço de consulta ao CNA-OAB, fornecida pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. | Campo texto contendo a chave fornecida pelo CF-OAB |
Para fazer a configuração do parâmetro, acesse, com perfil de administrador, Configuração → Sistema → Parâmetro, procure pelo parâmetro chaveOAB e edite seu valor para o desejado.
Meio de login
O PJe, por definição do Comitê-Gestor Nacional, somente pode ser utilizado, em produção, fazendo uso de certificação digital. No entanto, em se tratando de instalações que não sejam de produção, deve ser possível o acesso sem o certificado digital, com o uso de usuário e senha.
O parâmetro que define essa configuração é:
Nome | Descrição | Valores possíveis |
---|---|---|
loginComCertificado | Configuração que define se o login será feito com certificação digital | true false |
Para fazer a configuração do parâmetro, acesse, com perfil de administrador, Configuração → Sistema → Parâmetro, procure pelo parâmetro loginComCertificado e edite seu valor para o desejado.
Modo de teste de certificado
Além da configuração relativa ao login, o PJe também permite que seja dispensado o uso de certificação digital na assinatura de documentos do sistema. Essa configuração, evidentemente, só deve estar ativa em situação de treinamento e testes, jamais em produção.
O parâmetro que define essa configuração é:
Nome | Descrição | Valores possíveis |
---|---|---|
modoTesteCertificado | Configuração que define que as assinaturas digitais de documentos será feita certificados de teste | true false |
Para fazer a configuração do parâmetro, acesse, com perfil de administrador, Configuração → Sistema → Parâmetro, procure pelo parâmetro modoTesteCertificado e edite seu valor para o desejado.
Utilização de nó de desvio
O PJe é um sistema fundado em um motor de fluxo de negócios. Os fluxos, embora maleáveis, são relativamente rígidos, especialmente quando comparados com a incerteza sobre a tramitação de processos judiciais. Em razão dessa característica, foi incluída no sistema uma característica que permite desviar o curso previsto de um fluxo para outros pontos do mesmo fluxo. Trata-se, porém, de uma opção do tribunal usar ou não essa característica.
O parâmetro que define essa configuração é:
Nome | Descrição | Valores possíveis |
---|---|---|
flagUtilizacaoNoDesvio | Parâmetro utilizado para indicar que a aplicação permitirá a realização de mudanças no curso dos fluxos | true false |
Para fazer a configuração do parâmetro, acesse, com perfil de administrador, Configuração → Sistema → Parâmetro, procure pelo parâmetro flagUtilizacaoNoDesvio e edite seu valor para o desejado.
Definida a utilização do nó de desvio, é necessário republicar todos os fluxos dos sistema, o que deve ser feito alterando e publicando cada um deles na tela Configuração → Sistema → Fluxo.
Número inicial dos processos
A numeração dos processos no PJe tem início a partir do número definido em um parâmetro específico. Uma vez distribuídos os primeiros processos, esse parâmetro não mais é utilizado.
O parâmetro que define essa configuração é:
Nome | Descrição | Valores possíveis |
---|---|---|
numeroInicialProcesso | Número do primeiro processo a ser distribuído para uma dada localização | Texto de 7 caracteres, contendo apenas dígitos. |
Para fazer a configuração do parâmetro, acesse, com perfil de administrador, Configuração → Sistema → Parâmetro, procure pelo parâmetro numeroInicialProcesso e edite seu valor para o desejado.
Número inicial de requisições
A numeração dos precatórios e das requisições de pequeno valor no PJe tem início a partir do número definido em um parâmetro específico. Uma vez criadas as primeiras requisições, esse parâmetro não mais é utilizado.
O parâmetro que define essa configuração é:
Nome | Descrição | Valores possíveis |
---|---|---|
numeroInicialRpv | Número da primeira requisição a ser criada no sistema | Número inicial a ser utilizado |
Para fazer a configuração do parâmetro, acesse, com perfil de administrador, Configuração → Sistema → Parâmetro, procure pelo parâmetro numeroInicialRpv e edite seu valor para o desejado.
Identificador da localização do tribunal
Toda instalação do PJe está vinculada, primariamente, a um tribunal. A localização que representa esse cadastro determinará o comportamento de algumas funcionalidades do sistema, dentre elas, a consulta de localizações do menu Configuração. Sendo assim, o identificador dessa localização, presente na tabela tb_localizacao, deve ser cadastrado no parâmetro idLocalizacaoTribunal.
Nome | Descrição | Valores possíveis |
---|---|---|
idLocalizacaoTribunal | Localização do raiz do tribunal | número inteiro que referencia o identificador do cadastro da localização na tabela tb_localizacao |
Para fazer a configuração do parâmetro, acesse, com perfil de administrador, Configuração → Sistema → Parâmetro, procure pelo parâmetro idLocalizacaoTribunal e edite seu valor para o desejado.
Número do órgão judiciário na numeração única
Para a numeração única, é utilizada no sistema o código correspondente do Poder Judiciário extraído da Resolução CNJ 65.
O parâmetro que define essa configuração é:
Nome | Descrição | Valores possíveis |
---|---|---|
numeroOrgaoJustica | Numero do órgão judiciário para a numeração única de processos | O código JTR do tribunal conforme a Resolução CNJ 65 |
Para fazer a configuração do parâmetro, acesse, com perfil de administrador, Configuração → Sistema → Parâmetro, procure pelo parâmetro numeroOrgaoJustica e edite seu valor para o desejado.
Controle de Acesso
O controle do acesso a funcionalidades e a processos judiciais no sistema PJe é feito por meio de dois mecanismos: o de papéis e o de localizações. Os conceitos de um e outro são explorados a seguir.
Localização
A localização funciona no PJe como funcionam, nos diretórios do tipo LDAP, as unidades organizacionais: uma forma de organizar uma estrutura interna que, por sua própria natureza, é complexa. Para reduzir um pouco essa complexidade, há, além do conceito de localização “simples”, que representa uma concreta unidade, o conceito de estrutura de localização, que é, na realidade, uma espécie de esqueleto ou arquétipo possivelmente aplicável a várias localizações.
Estrutura de localização
A estrutura de localização é uma localização que foi marcada como “localização estruturada” no cadastro de localizações (Configuração → Sistema → Localização [aba Formulário]).
A localização do tipo estruturada ou “estrutura de localização” é uma base sobre a qual se configura um esqueleto de localizações outras. Por meio dela, é possível definir os “setores” de um determinado órgão julgador, ou seja, indicar que uma vara será composta por um gabinete, pela direção de secretaria ou direção do cartório, e pelos setores de conhecimento, expedição de atos de comunicação, execução etc. É com base desse esqueleto ou arquétipo que, na definição de fluxos, poder-se-á definir as pessoas que terão a responsabilidade de concretizar uma determinada tarefa.
É possível, no PJe, criar várias estruturas diversas, conforme esteja organizado o tribunal. Em primeiro grau, por exemplo, pode-se criar estruturas diversas para os tipos de varas existentes: vara comum geral (de interior), vara especializada criminal, vara especializada de família etc. Uma estrutura bem simples pode ser utilizada para varas mais reduzidas, que contenha apenas gabinete, direção de cartório e Cartório.
Para criar uma estrutura tal, acesse Configuração → Sistema → Localização [aba Formulário], dê o nome para a estrutura no campo “Localização” (ex.: Vara simples), marque como “Sim” o campo “Localização estruturada” e grave a localização. A tela resultante deverá ser semelhante à seguinte:
Após, clique no botão “Novo” e crie as localizações vinculadas “Gabinete”, “Direção de cartório” e “Cartório”, mantendo como localizações não estruturadas, mas apontando que a localização superior é a localização “Vara simples”. A tela de exemplo resultante da criação da estrutura Gabinete será a seguinte:
Ao final, dever-se-á ter uma estrutura no seguinte formato:
O mesmo procedimento pode ser adotado para a criação de estruturas mais complexas, inclusive eventuais estruturas de órgãos administrativos.
Localizações simples
A localização simples é a unidade organizacional do PJe. Ela é utilizada tanto para a definição da estrutura hierárquica do tribunal quanto para a organização interna de outras “entidades” participantes do processo, tais como os advogados, seus escritórios de advocacia, as procuradorias e defensorias públicas. Concretamente, porém, para efeito de configuração, somente é necessário definir as localizações do tribunal, já que as localizações de advogados, procuradores e procuradorias são criadas automaticamente pelo sistema.
As localizações simples comportam sua hierarquização até o nível em que a localização tem uma estrutura. Para melhor vislumbrar tal contexto, imagine-se um tribunal em relação ao qual está sendo feita a configuração de primeiro grau do PJe. Esse tribunal tem comarcas, fóruns regionais e varas. Em um contexto tal, o administrador do PJe deve, em primeiro lugar, modificar o nome da localização base da aplicação – na instalação base, essa localização se chama “Tribunal”. Pode-se modificar esse nome para qualquer outro, mas sugere-se o uso da sigla correspondente do tribunal. Para prosseguir com a configuração, devem ser criadas todas as comarcas. A criação das comarcas é feita pelo mesmo caminho (Configuração → Sistema → Localização [aba Formulário]), só que apontando que não se trata de uma localização estruturada e apontando, como localização superior, a localização base do tribunal. Não se deve adotar, nesse momento, uma estrutura modelo para a comarca, já que ela é a localização superior dos fóruns regionais, onde aplicáveis, ou das varas, onde os regionais não existirem. O passo seguinte é criar os fóruns regionais e, por fim, as varas. A diferença, no caso das localizações das varas, é que será selecionada uma estrutura modelo para essas varas. É imprescindível que as localizações das varas sejam definidas com seus respectivos endereços para seu posterior reaproveitamento em cartas, ofícios e demais documentos judiciais.
A aba “Documento por localização” contém a lista de grupos de documentos que podem ser vinculados a uma dada localização.
Funcionalidades
Enquanto a localização é o mecanismo para limitação do conjunto de processos visualizáveis pelos usuários do sistema, as funcionalidades (Configuração → Controle de acesso → Funcionalidades) ou recursos do sistema são o meio por que as operações possíveis no sistema são definidas. Em outras palavras, a tela em questão permite criar os pontos de acesso às funcionalidades do sistema, que depois serão reunidas nos papéis.
Ordinariamente, as funcionalidades do PJe virão pré-cadastradas e serão atualizadas à medida que surgirem e que as versões sejam evoluídas, de modo que muito raramente elas deverão ser manipuladas pelos tribunais.
Papéis
Os papéis são conjuntos de funcionalidades que podem ser atribuídos aos usuários do sistema. No PJe, esses papéis têm uma estrutura hierarquizada, de modo que os papéis que são conjuntos de papéis recebem todas as funcionalidades que os papéis reunidos têm. Em outras palavras, os papéis mais superiores na hierarquia têm todas as funcionalidades que os papéis inferiores têm.
O critério identificador unívoco de um papel é sua sigla, de modo que é possível encontrar papéis com mesma descrição ou nome. O ideal, porém, é deixar os papéis com nomes igualmente unívocos para facilitar a configuração posterior do sistema.
Embora o PJe já venha pré-configurado com um conjunto bem expressivo de papéis, no caso de modificação da configuração pelos tribunais é importante definir/certificar os seguintes papéis:
Papel | Identificador | Descrição |
---|---|---|
Administrador de audiências | AdmAud | Papel responsável por realizar audiências de processos. |
Administrador | admin e administrador | Papel responsável por configurar o sistema. |
Administrador Conhecimento | AdmConh | Papel pertencente às pessoas que administram a fase de conhecimento do processo judicial; este papel é usado para Justiça do Trabalho. |
Administrador triagem | AdmTr | Papel responsável por realizar triagens de processos. |
Advogado | advogado e advogado_procurador | Papel pertencente aos advogados. |
Assessor | Asses | Papel pertencente às pessoas que atuam como assessor de juiz no desempenho de funções. |
Assistente de advogado | assistAdvogado | Papel pertencente às pessoas que, embora não sejam advogados, devem poder preparar atos para que o advogado os finalize. |
Assistente gestor de advogado | assistGestorAdvogado | Papel pertencente ao assistente de advogado que, além dessa função, também pode incluir ou excluir outros assistentes. |
Assistente gestor de procuradoria | assistGestorProcuradoria | Papel pertencente ao assistente de procuradoria que, além dessa função, também pode incluir ou excluir outros assistentes. |
Assistente de procuradoria | assistProcuradoria | Papel pertencente às pessoas que, embora não sejam procuradores, devem poder preparar atos para que o procurador os finalize. |
Conciliador | conciliador | Papel pertencente às pessoas que atuam nas atividades de conciliação judicial. |
Consulta | servidor | Papel pertencente às pessoas que podem consultar algumas funcionalidades do sistema. |
Desentranha documento | pje:desentranhaDoc | O papel pje:desentranhaDoc cede permissões aos papéis que podem desentranhar documento; este papel é utilizado pelo PJe a partir da versão 1.6.0. |
Diretor de secretaria ou cartório | dirSecretaria | Papel pertencente às pessoas que devem gerir a secretaria do órgão julgador colegiado, da vara ou do cartório. |
Editor da ajuda | redator | Papel pertencente às pessoas que podem manipular a funcionalidade Editor da ajuda. |
Estagiário Audiência | EstAud | Papel pertencente às pessoas que atuam como estagiários nas atividades que envolvem audiências de processos. |
Estagiário Triagem | EstTr | Papel pertencente às pessoas que atuam como estagiários nas atividades de triagens de processos. |
Funcionalidades de assistente de advogado | pje:assistenteAdvogado | O papel pje:assistenteAdvogado cede permissões aos papéis de assistente de advogado em uma instalação do PJe. Este papel é utilizado pelo PJe a partir da versão 1.6.0. |
Funcionalidades de assistentes de procuradoria | pje:assistenteProcuradoria | O papel pje:assistenteProcuradoria cede permissões aos papéis de assistente de procuradorias em uma instalação do PJe. Este papel é utilizado pelo PJe a partir da versão 1.6.0 e é necessário conforme explicações em Acumulação de papéis . |
Funcionalidade de fluxo de digitalização | pje:processo:fluxo:deflagrar:digitalizacao | O papel pje:processo:fluxo:deflagrar:digitalizacao cede permissões aos papéis que podem 'iniciar atividade de digitalização'. Esta atividade está relacionada ao fluxo de digitalização criado pela atender demanda do CNJ; mais informações aqui. Para o correto funcionamento do referido papel também é preciso criar a configuração do parâmetro pje:fluxo:digitalizacao:codigo (veja informações aqui). |
Funcionalidades de procuradores | pje:procurador | O papel pje:procurador cede permissões aos papéis de procuradores públicos e membros do Ministério Público em uma instalação do PJe. Este papel é utilizado pelo PJe a partir da versão 1.6.0 e é necessário conforme explicações em Acumulação de papéis . |
Funcionalidades de usuários internos | pje:auxiliarInterno | O papel pje:auxiliarInterno cede permissões aos papéis que atuam como servidores ou auxiliares internos em uma instalação do PJe. Este papel é utilizado pelo PJe a partir da versão 1.6.0. |
Magistrado | magistrado | Papel pertencente às pessoas investidas de jurisdição que, por isso, podem tomar ciência de fatos específicos (normalmente sigilosos) e praticar atos exclusivos de juiz. |
Oficial de justiça | Ofjus | Papel pertencente aos servidores da justiça que têm a responsabilidade da entrega de mandados. |
Oficial de justiça distribuidor | OfjusDistr | Papel pertencente aos servidores da justiça que têm a responsabilidade de distribuir os mandados às centrais. |
/OrgaoJulgador/abaCompetencia | /OrgaoJulgador/abaCompetencia | Papel pertencente às pessoas que podem manipular a aba 'Competência' do cadastro de Órgão Julgador; para este papel existe uma funcionalidade relacionada cujo identificador é /OrgaoJulgador/abaCompetencia (menu Configuração → Controle de acesso → Funcionalidades). |
Papel de peticionante do tipo Jus Postulandi | jusPostulandi | Papel pertencente às pessoas físicas que podem ajuizar processos judiciais sem a participação de advogados, como nos casos de juizados especiais, habeas corpus e causas propostas junto à Justiça do Trabalho. |
Perito | Perito | Papel pertencente às pessoas que colaboram com a administração da justiça por meio da produção de informações relevantes para o esclarecimento de questões fáticas específicas de suas especialidades relevantes para a identificação do direito aplicável ao processo. |
Permite a visualização de processos sigilosos | pje:visualizaSigiloso | O papel pje:visualizaSigiloso cede permissões aos papéis que podem apenas visualizar processos judiciais sigilosos; este papel é utilizado pelo PJe a partir da versão 1.6.0. Informações sobre a importância desse papel consulte aqui. |
Permite manipulação de processos sigilosos | pje:manipulaSigiloso | O papel pje:manipulaSigiloso cede permissões aos papéis que podem manipular processos judiciais sigilosos; este papel é utilizado pelo PJe a partir da versão 1.6.0. Informações sobre a importância desse papel consulte aqui. |
Permite visualizar a aba características pessoais | pje:caracteristicasPessoais | O papel pje:caracteristicasPessoais cede permissões aos papéis que podem visualizar a aba 'características pessoais' da parte do tipo 'pessoa física' na consulta de processos; este papel é utilizado pelo PJe a partir da versão 1.6.0. |
Permite visualizar a aba de expedientes | pje:processo:expedientes:visualizar | A aba "Expedientes" somente estará visível para os papéis que herdarem do papel pje:processo:expedientes:visualizar, este papel é utilizado pelo PJe a partir da versão 1.6.0. |
pje:painel:liminarTutela:agrupador:manipula | pje:painel:liminarTutela:agrupador:manipula | O papel pje:painel:liminarTutela:agrupador:manipula cede permissões aos papéis que podem visualizar o agrupador "Processos com pedido de liminar/antecipação de tutela não apreciados"; este papel é utilizado pelo PJe a partir da versão 1.6.0. Consulte informações importantes sobre este papel na regra RN502. |
pje:lancarMovimentacaoJuntada | pje:lancarMovimentacaoJuntada | O papel pje:lancarMovimentacaoJuntada cede permissões aos papéis que podem atuar nas atividades de juntada de documentos processuais; este papel é utilizado pelo PJe a partir da versão 1.6.0. A origem desse papel consta na demanda PJEII-7381. |
pje:visualizaAbaAssociados | pje:visualizaAbaAssociados | O papel pje:visualizaAbaAssociados cede permissões aos papéis que podem visualizar a aba "Associados" da página "Detalhes do Processo"; este papel é utilizado pelo PJe a partir da versão 1.6.0. A origem desse papel consta na demanda PJEII-8348. |
Pode inserir processo existente | pje:papel:podeInserirProcessoExistente | O papel pje:papel:podeInserirProcessoExistente cede permissões aos papéis que podem cadastrar processo judicial informando o número do processo de origem de forma manual, caso a classe judicial do processo em questão não exija numeração própria. Este papel é utilizado pelo PJe a partir da versão 1.6.0. |
Pode reclassificar documentos | pje:papel:podeReclassificarDocumento | O papel pje:papel:podeReclassificarDocumento dá permissão de acesso à tarefa responsável pela reclassificação do tipo de documento; este papel é utilizado pelo PJe a partir da versão 1.6.0. É importante certificar se o recurso com nome "Reclassificar tipos de documentos" e identificador "/pages/Processo/Fluxo/documento/reclassificar.seam" foi cadastrado em Configuração → Controle de acesso → Funcionalidades. |
Procurador | procurador | Papel pertencente às pessoas que representam o interesse público (Ministério Público), o interesse individual de pessoas beneficiárias de assistência judiciária pública (Defensoria Pública) ou um ou mais órgãos do Poder Público (procuradorias públicas). |
Procurador/Gestor | procChefe | Este parâmetro tem o mesmo propósito do papel Procurador. |
Procurador MP | procuradorMP | Este parâmetro tem o mesmo propósito do papel Procurador. |
Procurador MP/Gestor | procChefeMP | Este parâmetro tem o mesmo propósito do papel Procurador. |
/pages/Caixa/listView.seam | /pages/Caixa/listView.seam | Papel pertencente às pessoas que podem manipular a funcionalidade 'Nova Caixa' disponível na aba 'Caixas' do Painel do Usuário; o identificador da funcionalidade relacionada é /pages/Caixa/listView.seam (menu Configuração → Controle de acesso → Funcionalidades). |
/pages/processo/relatorRevisado | /pages/processo/relatorRevisado | Papel pertencente às pessoas (ex.: juízes relatores) que podem controlar a inclusão em pauta, bem como outras atividades pertinentes ao julgamento de processos. O identificador da funcionalidade relacionada é /pages/processo/relatorRevisado (menu Configuração → Controle de acesso → Funcionalidades); consulte também aqui informações sobre o uso dessa funcionalidade. |
/pages/Processo/ConsultaProcesso/editarModeloDocumento.seam | /pages/Processo/ConsultaProcesso/editarModeloDocumento.seam | Papel pertencentes às pessoas que podem editar documento; o identificador da funcionalidade relacionada é /pages/Processo/ConsultaProcesso/editarModeloDocumento.seam (menu Configuração → Controle de acesso → Funcionalidades). |
/pages/Processo/Lote/listView.seam | /pages/Processo/Lote/listView.seam | Papel pertencente às pessoas que podem manipular a funcionalidade 'Criar lote de processos' (menu Processo → Outras ações → Criar lote de processos); o identificador da funcionalidade relacionada é /pages/Processo/Lote/listView.seam (menu Configuração → Controle de acesso → Funcionalidades). |
Secretário de Audiência | Secretario | Papel pertencente às pessoas que podem secretariar audiências de processos. |
Secretário da Sessão | idSecretarioSessao | Papel pertencente às pessoas que podem secretariar sessões de julgamento. |
Servidor Audiência | ServAu | Papel pertencente às pessoas que atuam nas atividades que envolvem audiências de processos. |
Servidor Conhecimento | ServConhe | Papel pertencente às pessoas que atuam na fase de conhecimento do processo judicial; este papel é usado para Justiça do Trabalho. |
Servidor Distribuição | serv_distrib | Papel pertencente às pessoas que atuam nas atividades que envolvem distribuição de processos. |
Servidor do protocolo | protocolo | Papel pertencente às pessoas que atuam em atividades de protocolo da seção. |
Servidor do Protocolo da Seção | protocoloSecao | Este parâmetro tem o mesmo propósito do papel Servidor do protocolo. |
Servidor Malote | ServMalo | Papel pertencente às pessoas que atuam em atividades de malote da seção. |
Servidor Geral | servgeral | Papel pertencente às pessoas que atuam nas atividades de caráter geral. |
Servidor Retificador | ServRet | Papel pertencente às pessoas que podem retificar informações da aba 'características pessoais' da parte do tipo 'pessoa física'. |
Servidor Triagem | ServTr | Papel pertencente às pessoas que atuam na atividade de triagens de processos. |
Usuário Push | UsuPush | Papel pertencente às pessoas que utilizam a funcionalidade Push. Mais informações sobre a funcionalidade Push consulte aqui. |
/updateRetificacaoAutuacao/abaCaracteristicaProcesso | /updateRetificacaoAutuacao/abaCaracteristicaProcesso | Papel pertencente às pessoas que podem manipular a aba 'Características do Processo' da tela 'Retificação de autuação'; o identificador da funcionalidade relacionada é /updateRetificacaoAutuacao/abaCaracteristicaProcesso (menu Configuração → Controle de acesso → Funcionalidades). |
/updateRetificacaoAutuacao/abaComplementoClasse | /updateRetificacaoAutuacao/abaComplementoClasse | Papel pertencente às pessoas que podem manipular a aba 'Dados Específicos da Classe' da tela 'Retificação de autuação'; o identificador da funcionalidade relacionada é /updateRetificacaoAutuacao/abaComplementoClasse (menu Configuração → Controle de acesso → Funcionalidades). |
/updateRetificacaoAutuacao/abaDadosIniciais | /updateRetificacaoAutuacao/abaDadosIniciais | Papel pertencente às pessoas que podem manipular a aba 'Dados Iniciais' da tela 'Retificação de autuação' e que também podem preparar remessa de processo ao 2º grau; o identificador da funcionalidade relacionada é /updateRetificacaoAutuacao/abaDadosIniciais (menu Configuração → Controle de acesso → Funcionalidades). |
/updateRetificacaoAutuacao/abaAnexar | /updateRetificacaoAutuacao/abaAnexar | Papel pertencente às pessoas que podem manipular a aba 'Anexar' da tela 'Retificação de autuação'; para este papel existe uma funcionalidade relacionada cujo identificador é /updateRetificacaoAutuacao/abaAnexar (menu Configuração → Controle de acesso → Funcionalidades). |
/updateRetificacaoAutuacao/abaAssunto | /updateRetificacaoAutuacao/abaAssunto | Papel pertencente às pessoas que podem manipular a aba 'Assuntos' da tela 'Retificação de autuação' e que também podem preparar remessa de processo ao 2º grau; para este papel existe uma funcionalidade relacionada cujo identificador é /updateRetificacaoAutuacao/abaAssunto (menu Configuração → Controle de acesso → Funcionalidades). |
/updateRetificacaoAutuacao/abaProcesso | /updateRetificacaoAutuacao/abaProcesso | Papel pertencente às pessoas que podem manipular a aba 'Processo' da tela 'Retificação de autuação'; para este papel existe uma funcionalidade relacionada cujo identificador é /updateRetificacaoAutuacao/abaProcesso (menu Configuração → Controle de acesso → Funcionalidades). |
Os identificadores dos papéis (campo id_papel da tabela acl.tb_papel), listados na tabela a seguir, devem ser posteriormente armazenados como parâmetros ( Configuração → Sistema → Parâmetro; Parâmetros - Papel) com os seguintes nomes:
Nome | Descrição |
---|---|
idOficialJusticaDistribuidor | Identificador numérico do papel Oficial de justiça distribuidor. |
idPapelAdvogado | Identificador numérico do papel Advogado. |
idPapelAssistenteAdvogado | Identificador numérico do papel Assistente de advogado. |
idPapelAssistenteGestorAdvogado | Identificador numérico do papel Assistente gestor de advogado. |
idPapelAssistenteGestorProcuradoria | Identificador numérico do papel Assistente gestor de procuradoria. |
idPapelAssistenteProcuradoria | Identificador numérico do papel Assistente de procuradoria. |
idPapelDiretorSecretaria | Identificadores numéricos, separados por vírgulas, do papéis equivalentes ao de Diretor de secretaria ou cartório. |
idPapelMagistrado | Identificador numérico do papel Magistrado. |
idPapelPush | Identificador numérico do papel Usuário Push. |
idPapelPerito (até versão 1.4.6.x) pje:papel:id:perito (a partir da versão 1.6.x) | Identificador numérico do papel Perito. |
idPapelProcurador | Identificador numérico do papel Procurador. |
idPapelJusPostulandi (até versão 1.4.6.x) pje:papel:id:jusPostulandi (a partir da versão 1.6.x) | Identificador numérico do papel de peticionante do tipo Jus Postulandi. |
Órgãos Judiciais
Os órgãos judiciais são a entidade base para a tramitação dos processos. Eles podem ser singulares ou colegiados (no caso de instalação de instância de revisão), e a eles são vinculados os processos e servidores.
Jurisdição
Antes de criar órgãos judiciais, é imprescindível criar ao menos uma jurisdição no PJe. A jurisdição é a delimitação territorial de um segmento administrativo do Judiciário. Nesse contexto, ela é definida pela escolha de um nome, do grau da jurisdição aplicável e do conjunto de municípios que a compõem. É importante notar que a jurisdição exige a presença de um município sede, que servirá para o mecanismo de contagem automatizada de prazos identificar os possíveis feriados aplicáveis a essa contagem.
As localizações dos órgãos
Cada órgão julgador deve ser vinculado à uma localização simples que contenha uma estrutura modelo. Em outras palavras, é necessário, para criar um órgão julgador, criar previamente uma localização à qual ele será vinculado.
Estrutura de um órgão judicial
A estrutura de um órgão judicial é definida pela localização a que ele é vinculado quando de sua localização. Como já se apontou anteriormente, cada órgão julgador deve ser vinculado a uma localização previamente criada no sistema e essa localização deve ter uma estrutura modelo também previamente determinada.
A estrutura interna do órgão é o que permitirá a limitação da visibilidade de processos para os diversos servidores que compõem o órgão. Assim, se há apenas três localizações, como na estrutura de exemplo acima mencionada, a limitação em termos de visão será limitada à combinação dessas localizações com os possíveis papéis que os servidores desempenharão.
Tipos de cargos judiciais
O PJe traz ínsita a ideia de que um órgão julgador pode ter mais de um magistrado atuante. Esse conceito, porém, foi ampliado para permitir que vários magistrados atuem em um ou mais cargos em um mesmo órgão julgador.
Em razão dessa característica, o PJe prevê a definição de tipos de cargos judiciais que serão vinculados aos diversos órgãos. Esses tipos servirão para a posterior criação de cargos concretos, nos órgãos julgadores. A criação desses tipos deve ser feita por meio da funcionalidade Configuração → Tabelas judiciais → Tipo de cargo judicial. Sugere-se a configuração que segue:
Segmento | Tipos de cargos sugeridos |
---|---|
Justiça Comum dos Estados | Juiz de Direito Juiz de Direito Substituto Desembargador |
Justiça Comum Federal | Juiz Federal Juiz Federal Substituto Desembargador Federal |
Justiça do Trabalho | Juiz do Trabalho Juiz do Trabalho Substituto Desembargador do Trabalho |
Criação de um órgão judicial e de seus cargos
Após criada a localização do órgão julgador, por meio da prévia definição da localização do tribunal e das subdivisões administrativas a qual estará vinculada (ex.: as comarcas ou subseções, no primeiro grau, e as seções de julgamento, no segundo grau), deve-se acessar a funcionalidade Configuração → Órgão julgador [aba Formulário] e definir, pelo menos, o seguinte:
-
nome do órgão julgador
-
sigla do órgão julgador – essa sigla poderá ser utilizada para extração posterior de dados
-
código de origem (OOOO) – código da numeração única aplicável às Justiças do Trabalho, Eleitoral e Militar
-
instância
-
aplicabilidade – equivalente à instância
-
data de criação
-
jurisdição
-
localização
Atente-se que a localização somente ficará disponível se houver uma localização de ponta, com estrutura modelo definida, não utilizada por outro órgão julgador. Criado o órgão julgador, surgem as abas pertinentes à competência, cargos, magistrados e visibilidade.
Cargos e magistrados
Como apontado supra, o órgão julgador não é vinculado ao magistrado diretamente, como um vínculo pessoal. Em verdade, os magistrados são vinculados ao cargo concreto existente no órgão julgador, e este cargo é vinculado ao órgão. Mais que isso, os cargos judiciais são os efetivos destinatários da distribuição – ou seja, os processos não são distribuídos ao magistrado ou à vara ou órgão, mas sim aos cargos judiciais existentes no órgão julgador.
Em um contexto tal, é imprescindível que se crie, para cada um dos órgãos julgadores, seus respectivos cargos judiciais. Devem ser criados tantos cargos quantos destinatários concretos e legais da distribuição. Isso significa dizer que somente devem ser criados cargos quando esses cargos têm o objetivo de receber uma distribuição. Eventuais substituições de magistrados em um dado cargo da vara não justificam a criação de novos cargos. Em outras palavras, se o tribunal pretende simplesmente fazer um magistrado substituir outro que entrou em férias ou licença, não deve criar um novo cargo, mas vincular o magistrado substituto ao cargo ocupado pelo magistrado que está em férias ou licença. Somente se deve criar um outro cargo se existir um outro cargo no órgão julgador ou se excepcionalmente for criado um cargo tal em razão da necessidade do serviço.
A criação dos cargos de um órgão julgador se faz na aba Cargos judiciais do órgão julgador, que demandará a definição de uma descrição, de uma sigla, do tipo de cargo criado e de indicações que têm interesse para a distribuição de processos.
A vinculação de magistrados a esses cargos, por sua vez, é feita por meio das abas Magistrado e Visibilidade. Na primeira, faz-se a vinculação, com ou sem definição de limite temporal futuro, do magistrado a um dos cargos existentes no órgão. Na segunda, aponta-se o grau de visibilidade que o magistrado vinculado terá sobre os processos do órgão julgador, ou seja, se ele será capaz de ver todos os processos do órgão ou apenas de um dos cargos definidos.
Regras de distribuição
Um dos pontos mais sensíveis na elaboração de um sistema de tramitação processual é a distribuição. Além de ser necessário evitar a previsibilidade da distribuição, é importante assegurar que a carga de trabalho destinada aos órgãos julgadores seja equitativamente balanceada entre eles. Com isso em mente, o CNJ formou um grupo de servidores e magistrados com grandes conhecimentos na área a fim de permitir identificar regras passíveis de automatização e que pudessem assegurar o atingimento desses objetivos.
As regras de distribuição do PJe se baseiam essencialmente na ideia de que cada processo representa uma determinada carga de trabalho, a que chamamos de peso, e que essa carga é resultado da composição de alguns aspectos inerentes ao processo judicial e que nele não se afiguram como meramente acidentais. As características adotadas foram: a classe processual, os assuntos processuais, a quantidade de partes componentes do processo, a existência ou não de situação de prevenção e circunstâncias próprias dos órgãos julgadores.
Peso do processo e peso de distribuição
O processo judicial tem, no PJe, dois pesos: o peso do processo – que é igual em quaisquer circunstâncias, mantidos os dados básicos de autuação referentes à classe, assuntos e partes – e o peso de distribuição – aos quais são acrescentados os fatores pontuais da prevenção e de características do órgão distribuído.
O peso de distribuição é afetado ao cargo judicial distribuído e somente é modificado (implicitamente) nos casos de modificação da autuação. A redução do acumulador de peso distribuído do cargo somente ocorre quando o processo é redistribuído para outro órgão.
Peso da classe
O peso da classe processual é definido classe a classe no sistema. Sugere-se que, inicialmente, seja adotado um peso padrão 2 para as classes cíveis e 3 para as classes criminais. A partir desse padrão, o ideal é que um grupo de magistrados da instância da instalação definam os pesos específicos das classes mais e menos trabalhosas mais frequentes no tribunal. Com isso, a equidade de carga de trabalho, considerando as classes, será atingida.
Peso do assunto
O peso do assunto é considerado no cálculo do peso do processo, mas somente daquele assunto mais pesado dentre aqueles escolhidos pelo advogado quando da autuação. Sua definição deve seguir as mesmas sugestões do peso da classe, partindo-se de um peso padronizado 2.0.
Peso das partes
O peso das partes do processo é definido por meio de intervalos aplicáveis aos polos processuais. Em outras palavras, o administrador deve definir que peso terá um processo quando ele apresentar, em um ou ambos os polos, uma quantidade definida de partes.
Sugere-se adotar a seguinte configuração para segmentos comuns do Judiciario:
Intervalo | Polo | Peso |
---|---|---|
Entre 0 e 10 autores | ativo | 1 |
Entre 11 e 20 autores | ativo | 2 |
Acima de 20 autores | ativo | 3 |
Entre 0 e 5 réus | passivo | 1 |
Entre 6 e 10 réus | passivo | 2 |
Acima de 10 réus | passivo | 3 |
Peso de prevenção
O peso de prevenção é, em verdade, um redutor do peso do processo para aqueles casos em que há um grande volume de processos sendo distribuídos por prevenção a um só juízo e que, em razão disso, já se sabe de antemão que a decisão de um muito provavelmente será reaproveitada por diversos outros processos.
O que acontecerá é que, atingido o critério do peso de prevenção quando de uma distribuição por prevenção, o peso distribuído aplicado em razão do processo prevento que foi distribuído será o resultado da multiplicação do peso original pelo redutor de prevenção, levando a um acréscimo inferior ao peso originário no cargo judicial.
Empiricamente, sugere-se a configuração abaixo:
Intervalo | Peso |
---|---|
Entre 1 e 5 processos preventos distribuídos | 1 |
Entre 6 e 10 processos preventos distribuídos | 0.75 |
Acima de 10 processos preventos distribuídos | 0.5 |
Peso do cargo judicial
O peso do cargo judicial é um mecanismo utilizado para viabilizar a estipulação de critérios diferenciados de distribuição para os cargos judiciais em razão de situações excepcionais definidas normativamente. É o caso, por exemplo, de implantação de novas varas em que o tribunal determina que a distribuição será majorada para a vara recém-instalada por um dado período, ou de quando o titular de um determinado cargo passa a exercer outra função administrativa com consequente redução de sua distribuição normal.
A definição desse peso é feita na própria configuração do cargo judicial no órgão julgador. Por meio dela, pode-se apontar que aquele cargo específico receberá 50% menos distribuição que os demais órgãos julgadores, ou até 200% da distribuição normal.